Tela de Majid Arvari
Depois que você se foi,
Escrevi versos que
choravam.
Naveguei por fragmentos
Chamando por olhos na
vidraça.
Vi chover noite,
Em um quarto de terror e
espera.
A casa ficou morta diante
da treva.
Meu rosto ardia, líquido
de lágrimas,
Numa trilha fervente de
desassossego.
O vento entrava,
destruindo a boca
E a pedra dentro dela.
Agora, sou estrangeira em
mim.
Alguém que caminha no
silêncio,
E tem os olhos arrasados,
Arrancados das órbitas e
estilhaçados
Ante os vidros da janela.
Que venha uma rosa trazida
pela noite
E beba de meu rosto a
melancolia.
Que se alimente das
lágrimas quentes,
Levando de minha alma os
dias de escuridão.
O esplendor, que era só
nosso,
Tornou-se tempestade
fragmentada.
Virou degelo retumbando na
vidraça,
Mostrando uma longa sombra
escura
Desenhada na parede de
nossa casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário