Quantas terei de provar
Antes de me tornar teu?
Que gosto terá o véu de Cemíramis,
Quando descolar de tua pele?
Guardarei cada gota
Decantada dos gritos de teu prazer
E me banharei no sândalo de teu corpo.
Dobrarei cada folha de pergaminho
Que contará nossa torrencial história.
Guardarei em potes de mármore,
A seiva brotada de teu corpo.
De ti me lembrarei em noites frias.
Curvado estarei em chão de pedra,
Buscando algo que não existe mais.
Rezarei por cada suspiro teu,
Pelo vulto que surge na penumbra da noite.
Amordaçado estarei pelo desejo,
Que se arrasta pelo meu corpo,
Que cobre o leito branco,
Entra pelas cobertas
E penetra entre minhas coxas.
Cemíramis, desejo do meu corpo,
Cobre-me com seu manto aveludado,
Derrama o teu mel em minha boca,
Para que eu possa beber
Nas dobras de minha angustia.
Sem você, sou nada nesta cama de espinhos.
Vou, eternamente sonhando,
Buscando em outras, tua rosa rubra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário