Ele entrou num território estranho.
Muitos tinham se perdido
Por vivenciarem a ambição
Que brotava de todo o contorno daquele lugar.
Via uma força se delineando no horizonte.
Uma onda de energia rolava
Como um tormento num furacão enlouquecido.
Faltava pouco
Para que todos soubessem à que veio.
Sentia o gosto da palavra ‘perplexidade’ na boca.
O beijo do poder selava sua sorte
E se entregava a ele
Como um sonâmbulo perdido
Em nuvens de sonho.
Voltava a ser menino
E remexia uma caixa aberta
Que aquecia suas mãos.
Dela saiam sonhos de esperança
De todo o mundo
E ele se via vestido de menino-herói.
Sentia um maravilhoso presságio:
Seria recompensado
Por essa primavera que renascia de seus poros,
Que corria em suas veias enchendo-o de alegria.
Estava com a alma impregnada
Pelos gritos de “vitória”.
E esse estado que o fazia explodir em êxtase,
Sussurrava-lhe:
“Ninguém poderá mudar uma pedra sequer do lugar”.
Um comentário:
O mundo até pode estar perdido, mas o sonho, esse estado de libertação supremo, comanda a vida e a vontade!
Abençoadas vitórias que intervalam os desertos quase sempre previstos, mesmo que em surpresa permanente, dos corpos efémeros, cuja alma, que dizem pesar 21 gramas, vageuai eterna, para lá dos olhos que a escondem, para lá da mera vida e do dia seguinte!
Beijinhos!
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