Cresci à sombra dos bosques.
Desde sempre senti o aroma
Da madeira coral entre meus dedos.
Estremeci cada vez
Que as folhas da canela
Foram esmagadas
Para o chá do despertar.
Chorei todas às vezes
Que o sândalo foi colhido.
Viajei incógnita
O traçado nebuloso dos cedros
E as sementes do cardamomo.
Vi olhos no meu caminho,
Mas a iluminação da primavera
Foi a melhor mensageira.
Nas sombras do bosque,
O fio condutor que me levava
Pelo labirinto de galhos,
Era seu hálito de menta.
Foi o sorriso breve
Do bambuzal tocando caniço,
Quem me avisou de teu perfume.
Estive no refúgio da noz moscada
E sorri pela manhã.
Deslizei no coração das mangueiras
E suguei seu sumo amarelo.
Afastei as hastes de junco
Até chegar junto à fonte
Das oferendas.
Supliquei o bálsamo da vontade
E fui abraçada
Pela fumaça da cânfora ardente.
Finalmente,
Deitei-me em águas de orvalho.
Banhei-me nas irradiações de seu olhar.
Levantei-me inteiramente renovada
Para beijar o ar que era seu.
4 comentários:
A vida aponta suas setas para alvos vários, mas em poucos acerta.
A maioria dos dardos se perdem ou
cravam-se em lugares inusitados.
Isto tem nome? Será o Destino?
«...e de manhã quando olhei para o rio que estava doente, em febre ardente com os afluentes zangados pensei num nome de mulher, uma flor adocicada numa viagem encantada que me fizesse desfalecer...»
made by me!
É sublime poder abraçar estes teus versos vindos pelo ar infinito que rodeia a tua incessante imaginação!
Beijos e abraços!
Um jorro de versos pelos sentidos
Sou um sopro,suave,como uma leve
brisa que tenta acariciar...
Mas incomoda sem querer...
Como se fosse uma sombra!
Lindo o teu Bosque,inebriante,
Fechando os olhos,dá para imaginar
um belo passeio por este Bosque,
montada num cavalo Alazão e dar largas á imaginação!
Bacini.
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