Tela de Kahlil Gibran
Deus paira na fosforescência
Dos anéis cósmicos,
Senta-se no arco flexível de pó cintilante
Tecendo rendas de estrelas
Pensando em nós como contas.
Enfia-nos em fios sutis de dois em dois,
Iguais lágrimas que se juntam formando pingente.
Solta-nos na Terra em voo leve
Deixa que pousemos em notas sonoras
Ditas em sussurros: Amor, amor, amor...
Enquanto sucumbimos, embriagados e famintos,
Dentro da palma de Sua mão que brinca.
Ele ri e treme ante a delícia do gozo terrestre.
Acaricia o sangue que pulsa
Em nossos corações iluminados.
Quando tudo germina na confusão dos corpos,
Ele desce para beber a espuma de nosso mar.
Lambe a água primordial
Na saliva de nossas bocas,
Enquanto explodem universos.
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