Tela de Rafal Obinski
Estou embriagada de você.
Caminhos e atalhos
São vigiados buscando as horas de te beber.
A luz que baila de seus dedos,
Brinca no ar de meu corpo,
Quando toca os bordões da nostalgia
Para eu ser semente levada pelo vento.
Misturei o meu néctar a você,
Quando fui sugada de minha substancia febril.
Você bebeu de minha boca, a loucura
E mil punhais de sombra.
Estou perdida pela ventura de ser vinho.
Deixo para trás os falsos sabores
E me amenizo em seu fogo atemporal
E em suas horas de colheita.
Os dias de brandura se afastaram
Para nascer uma vastidão de tormentas.
Os pássaros assediam o meu espírito,
Invadindo os parreirais que nos unia.
Meus olhos devorados não os espantam mais
E sua voz sem canção está distante.
Tento respirar de novo,
Mas estou transfigurada num rosto invisível.
Estamos perplexos diante de frágeis instantes.
Todos recolhidos de oferendas noturnas.
Vivemos uma perturbadora intimidade
Engastada numa distância
E na lembrança de termos bebido tudo.
2 comentários:
essa é minha poetisa ,a que Sol é fã!
Muchas gracias,Rachel.Un saludo de Cristobal, desde Cádiz
Postar um comentário