Fotografia de Derly Barroso
Tenho uma saudade tão imensa,
Que chego a deslizar pelo silêncio
Que mora nas paredes de meu quarto.
Sua falta é de uma dor tamanha
Que sinto o peso da tristeza
Desdobrando-se sob minha alma.
Todas as cores se transformam em sangue,
Matizando o anoitecer de minha ilusão,
Num imenso céu inacessível.
Vejo suas promessas tomarem forma
Quando esvazio as ânforas
Ansiando descobrir o oculto de seu ser
E só encontro a solidão delas.
Estou dentro de um pesadelo
Levada por caravelas negras
E não sei o fim do meu destino.
Tenho o coração atormentado
Por um crepúsculo desconhecido,
Um frio que me tomba
No bosque de uma paixão lendária.
Conheço a boca que canta
Essa melodia entrelaçada de tormento,
Pois a mesma voz já me fez
Promessas de paraíso.
Chego a me transformar em você
Para amenizar essa dor agonizante.
Canto sua canção, até minha dor adormecer,
Fingindo te reconhecer em mim.
(Ganhador do Concurso de poetas da Proibido Proibir)
(Ganhador do Concurso de poetas da Proibido Proibir)
4 comentários:
Adoraria escutar este poema declamado por você.
Que tal colocar junto do texto sua versão sonora?
Bjs,
Se vc me mostrar o caminho, sim. Nunca gravei e não sei como ficaria, rsss. Vamos ver...é um poema denso, triste até.
"...chego a deslizar pelo silêncio Que mora nas paredes de meu quarto."
Bjos doce Rachel
Realmente: o que é a saudade? Como você bem disse é o sopro que ecoa nos quartos de nossos pulmões é o gemido que soluça dentro das artérias de nosso pulsar. É algo que está em nós e não no lá. ".... chego a deslizar pelo silêncio que mora nas paredes do meu quarto" (palavras tbm da amiga acima)
bjuz e belíssimas conduções poéticas
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