Tela de Balthus
Tudo se desfez no poente.
O que havia ali era ilusão.
Folhas soltas, boca seca, e ausência.
Meu rosto, emaranhado de doçura,
Foi rasgado na intempérie do desprezo.
Águas glaciais me conheceram
Pelas lágrimas que derramo
Em tuas mãos.
Tenho a terra fria me esperando,
Um sulfúrico aroma sem desejo.
Lágrimas que tecem calafrios,
No vazio interstício dos teus beijos.
Meu olhar de luz virou treva,
Apunhalado por sangue e aço.
Minha voz é um grito peregrino,
Buscando-te rouca pelo espaço.
5 comentários:
Já estava sentindo falta.
Bjs
Verdadeiro ocaso...
secá-las - as folhas -
e pisá-las sob os pés
e ouvir o ruído
de uma fogueira...
Cai o pano e silencio se faz!
Aplausos agora é o que escuto. No palco da vida muitos textos são ensaiados e estreados...fico pensando, talvez necessitemos deles para retornarmos para "nossa casa" em reflexão...
Bjsssss
Me lembrou Álvares de Azevedo. Belas palavras.
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