Desenho de Dan Thompson
(poema revisitado)
Sou o acaso, um desequilíbrio,
Uma sombra breve que teima em estar.
Substância indecifrável, quase ilegível.
Epiderme solta decifrando mapas,
Buscando lugares, sem nunca encontrar.
Meu olho gira ao redor das coisas,
Encontra vultos, silhuetas soltas.
Esse gosto ácido que me vem à boca,
É minha certeza de já estar morta.
Aqui, não há mais ninguém,
Quem sabe, um reflexo de alguém que foi.
Descubro a pele descarnando um gosto,
Só sei dos instantes desse encontro tosco,
Que em flashs breves brilha no meu corpo.
Condenada à vida, pairo nos meus dias
Carregando o fardo dos momentos foscos.
Rompe o ar deixando promessas,
De existência plena, de ilusão que vai.
De repente, um vento que gira,
Derrubando o que sou e o que fui lá atrás.
Num só mergulho eu sou de novo,
Uma sombra do acaso que não se desfaz.
5 comentários:
Necessário sempre esse desfazer-se
para se refazer
adiante
no momento presente.
Sempre bom te ler!
Abraço!
Minha querida
Desfazer...para refazer.
Como sempre adorei ler-te.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Bom que tenha feito esta revisão e nos ofertado um texto tão belo sobre a arte de refazer,como sempre cremos nesta vida.
Meu abraço de paz e luz.
Oi Rachel!
Andar pela mesma estrada e poder ver o que antes oculto.
Mágico.
abçs,
Paulo.
Lindo poema. Forte e significativo. Abraços.
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