quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Saliva

Ilustração de Emma Hack


As pontas de meus dedos

Pedem um queixo.

A língua se enche

De seu gosto.


A boca saliva

Em outra boca,
Que isola ruído

De seus gritos.


Os dedos afundam

No seu corte,

Que arde e se exangue

Em meu sangue.

O indizível retorcido

Dessa boca,

Rompe-se a catar palavras,

No compasso

Dissonante da saliva.

4 comentários:

"Scacição" disse...

Ardente esta"saliva":-)

manuel marques disse...

Salivante desejo de paixão!!!

Como posso eu dizer mal de ti quando usas estas palavras com tanto tesão à mistura?

Beijos e abraços!

Taiyo Jean Omura disse...

gosto de poesia que tem paladar

obrigado!

Anônimo disse...

Nunca uma saliva pareceu tão interessante. Lhe achei por acaso, e gostei muito desse acaso. Belo poema, magnífico blog e é certo que voltarei mais vezes. Um abraço e boa semana.

http://so-pensando.blogspot.com