Tela de Marc Chagall
A estrada que ele rodava
Era de terra dura, escamada,
Com um brilho que esvoaçava,
Agitando sílica no ar.
Couraças de homens brutos
À beira do caminho
Mergulhavam olhos
Dentro do lugar.
Naquele carro, rumo ao sul,
Ele se perdia
Num emaranhado de poeira.
Ia imantado na cabine,
Às mãos grudadas ao volante.
Dos olhos amendoados,
Rasos de líquido verde,
Saltavam tentáculos
Que se enrolavam
Na paisagem atormentada.
Dentro dele
Era tecido um sonho:
Minúsculas conchinhas
Esvoaçavam num delicado bordado.
No fundo de um oceano azulado,
Pulsando no compasso
Do coração dele,
Uma sereia o atraia
Para seus braços.
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3 comentários:
adoro esses versos!
adoro essas rimas!
adoro como vc ilumina os caminhos da poesia!
adoro quando vc me diz essas maravilhas!
Acordar num Domingo de manhã, mesmo que sem fazer amor e escutar música sublime, mas, melhor que isso ler-te é algo que faz ganhar o dia!
Felizmente, na vida real, que ganhei uma sereia que me conquistou, espero que de vez, para os seus braços, que o mar é grande e já me sentia algo perdido!
Beijos e abraços!
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