Naquele dia
O vento fustigava
Trazendo um ar de noite.
Foi jogado fora
O que se temia.
Amarrou-se num saco
Toda a intimidade,
Cuidando para não haver contágio.
Não suportando
A sequência dos gritos,
Deu a ordem para mudar
À vontade dos elementos.
Sua vergonha
Ficou dependurada nos olhos.
Gotas caiam
Atravessando o cerrado dos dentes.
Afundou as facas
Projetadas dos seus dedos
Em minha garganta.
Quebrou as unhas todas,
Até o pálido do olhar
Cair no avesso do amor.
Desperdiçou-se em minha
Excentricidade
E não podendo mais fugir de mim,
Atravessou novamente a rua
Abraçada ao vento.
2 comentários:
Parabéns, gostei.
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Abraços.
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