
Estava sendo conduzida
Por uma voz oculta.
Ainda vivia numa cela
Acolchoada de heras.
A relva brotava
Em baixo dos meus pés
E eu podia ver pela janela
O voo migrante dos pássaros.
Queria matar essa que está aqui
E sair com eles voando sem pausa.
O destino me cortaria em pedaços,
Mas eu iria sem ouvir meu inquietante
Inquilino, consciência.
Iria com os pássaros,
Pequena cicatriz rasgando o céu.
Daria uma visão surrealista
Ao pintor descuidado,
Que veria uma urdidura prismática
Em sua tela azul.
Vejo que deixei a casa vazia, morta.
Só volto depois que o destino me encontrar.
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