Tela de Oleg Ravdan
Há um silêncio instalado
Dentro da noite.
Das gargantas feridas
Apenas os gemidos abafados.
A verdade se esconde apavorada
E os tanques avançam no suplício
Desesperado dos homens.
Tudo é gangrena e morte.
As balas voam alojando-se
Nas perguntas pautadas.
Uma lenta agonia invade o campo
E a adaga corta cabeças.
Ferro retorcido extinguindo espécies.
Amanhã ainda verei esse delírio
Ceifando a felicidade.
Os corpos dançarão desequilibrados
Rumo as trevas.
Eu estarei sozinho no vazio,
Com meu lenço branco
Manchado de sangue.
14 comentários:
Olá!Bom dia!!
Lindo, mais profundamente triste...
O mais triste que é tão real...e tão comum...
Bela construção de versos.
Beijos!
Boa semana!
Essa realidade está cada vez mais perto de nós...
Na cabeça do homem, aflição e coragem. Afastado da terra ele pensa na fera que o começa devorar...
"Zé Ramalho".
Abraços,
Paulo.
"Acho bem mais do que pedras na mão"
Lembra-me em muito dos relatos de Anna Akhmátova sobre prisão e guerra e esses arredores.
Também, abaixo, o que é de amar lembra-me do que era de amar em Anna.
Ela costuma sempre me comover, como você também faz.
Um abraço.
Você escreveu isso? Eu adorei...
Uma mistura de Pessoa, Augusto dos Anjos e Poe. Dor e beleza.
Entre o silêncio e o delírio há um
turbilhão de emoçoes..não explícitos,
tampouco aniquiliados.
Abraços ..
Oi Rachel! Tudo bem?
Que texto! Forte e reflexivo.
Curioso, ultimamente vinha pensando muito nas insanidades que deviam ser as batalhas num campo de guerra e hoje leio seu poema.
A humanidade se desviou tantas vezes do caminho, e cada vez que sai da evolução moral / espiritual, acaba entrando nessas atrocidades.
E nós vamos empurrados nessa roda viva.
Um abraço!
O homem está cego pelo poder, poucos são os de espírito, os que conseguem ver a luz no meio da escuridão.
um campo devastado como nas imagens de um apocalipse now
abs
Até chego a querer uma relação com a tradição que seja classicizante, que você sinta que a tradição esteja próxima, que esteja interna, dentro de mim: Que Anna Akhmátova, Pessoa, Augusto de Anjos e Edgar Alan Poe seja eu, que está descendo em mim como um cavalo desce no candomblé.
Un texte beau malgré une traduction passée par Google.
Bravo!
A très bientôt.
Nadji google vivent dans cette heure de notre poésie.
Merci
"O que torna um texto belo nao é a felicidade com que traz as suas palavras...mas os pensamentos que desperta em seus apreciadores."
Parabéns pelo Blog, acaba de ganhar uma nova seguidora..espero que eu tbm. bjs
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