
Ele entrou num território estranho.
Muitos tinham se perdido
Por vivenciarem a ambição
Que brotava de todo o contorno daquele lugar.
Via uma força se delineando no horizonte.
Uma onda de energia rolava
Como um tormento num furacão enlouquecido.
Faltava pouco
Para que todos soubessem à que veio.
Sentia o gosto da palavra ‘perplexidade’ na boca.
O beijo do poder selava sua sorte
E se entregava a ele
Como um sonâmbulo perdido
Em nuvens de sonho.
Voltava a ser menino
E remexia uma caixa aberta
Que aquecia suas mãos.
Dela saiam sonhos de esperança
De todo o mundo
E ele se via vestido de menino-herói.
Sentia um maravilhoso presságio:
Seria recompensado
Por essa primavera que renascia de seus poros,
Que corria em suas veias enchendo-o de alegria.
Estava com a alma impregnada
Pelos gritos de “vitória”.
E esse estado que o fazia explodir em êxtase,
Sussurrava-lhe:
“Ninguém poderá mudar uma pedra sequer do lugar”.