Tela de Odd Nerdrun
Venho como um nauta atribulado.
Serrando ondas revoltas,
Coroando meu pranto em espuma de sal.
Tufões e rajadas de vento
Enganam minha fragata desnorteada
Que vaga a ermo, rumo ao desconhecido.
No fundo do oceano, o festim acontece.
Já me chamam de Netuno
E sereias me tecem colares de corais.
Vou enfeitiçado pelo canto embriagador,
Pra ressuscitar dentro de um delicado silêncio.
A teia do arrastão me entrelaça
Dobrando minha coluna vertebral.
Meus braços se cruzam no peito,
Afastando os seres abissais
Que me cercam em adoração.
Afundo lentamente para o templo de pó calcário,
E pérolas cintilam por mim.
Hão de dizer: Eis teu porto-seguro!
E eu, sequioso viajante,
Entrarei nesse lugar de líquen fresco
Para beber a imortalidade.
Abrirei as portas fluorescentes,
Feitas de conchas nacaradas,
E a serpente esverdeada me mostrará
O esplendor dos barcos naufragados.
Deitarei numa cama de algas,
Preparada por cavalos marinhos.
Dormirei com o roçar de nadadeiras,
Escamas flexíveis e ondulantes.
As sereias estarão ali,
Com delicados sussurros de emoção e vertigem
Dançando com seus seios nus.
Cantarão meus antigos pensamentos,
Que, aos poucos, desaparecerão
No tempo e nas águas.
7 comentários:
Quando é que teremos a satisfação de escutar estas obras primas?
Parabéns pela inspiração constante!
Abç
Belíssimo!!!
abraços,
Paulo.
Coloco minha voz quando descobrir o caminho para fazê-lo...
Eu te mandei um programinha que é muito bom, onde você com o microfone do computador, consegue gravar e até colocar uma sonoplastia de música de fundo, e fazer todas as edições necessárias.
Se precisar de mais alguma orientação me avisa.
Bjs.
o tempo faz cruzeiros pelas tuas pérolas...
lindo
de perolar o dia!
beijos seguindo-te!
Macário prometo aprender.
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