segunda-feira, 20 de abril de 2009

Fogo

Tela de Gustav Klimt



Meu mundo infla

Quando é você que o habita.

Uma intrincada paisagem

Desfaz-se porque você se manifesta

Arrebatando minha superfície.


Minha resistência se desvanece.

Sou vapor desenfreado,

Que gruda em sua pele

Quando você permite

Que minha incidente claridade

Invada seu pátio.


Entramos numa espécie de vertigem,

Numa convulsão perpétua.

Sinto seu hálito suspenso

Respirar dentro de mim.


Em nosso mundo clandestino

Reviramos num nicho de lençóis.

Banhamos cada manhã,

Com nossas gotas matizadas de sol.


Paralelo ao meu corpo,

Limítrofe de seu subterrâneo gozo,

Ressurgimos engastados

Em nosso fogo.