
(Ganhou o 89 concurso de poesia da PP.)
Como algo que dobra,
Não fosse esse desdobrar de galho solto.
Adivinho as flores rosadas
Soltas, trazendo um sinal orvalhado.
Minha mão cega, em sua pétala febril
Emoldura a dor num paspatur.
Louvo seu perfume de semente tenra
Tragando sua seiva almiscarada.
Cintura insensata que agoniza,
Concilia o impossível no tumulto dos dedos.
Quantos gemidos na palma da mão guardei,
No desdobrar do galho exausto.
Rachel D.Moraes