A teia sutil foi dando voltas
Fingindo desinteresse em me querer.
Sacudia-se num corpo de trevas
Engendrando caminhos de véu.
Rodava vendavais das pequenas coisas,
Escondendo uma cólera ardente,
De danação entre os dentes.
Custando a retornar seu domínio
Do ir e vir.
Minha carne lívida da fatalidade
Ardia na consumação do atrito.
Fagulhas saltavam dos contornos trapaceiros.
Brotava desse encontro o peso da verdade,
À água amarga da saliva quente.
Nossos caminhos sucumbiram ao abismo.
Fomos tragados pelo desconhecido esquecido,
Num mapa de partículas caóticas.
O plano para desvencilhar a teia da memória
Virou emaranhado de silêncios.
Descubro tarde demais,
Que o que convém a teia é o que me contém.
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