(desconheço o autor)
Sombras me acompanham
De manhã, à noite,
Perdidas de meu alcance.
Dançam a sutileza e o compasso
Que sai de mim.
Enganam-me às vezes,
Quando se tornam estátuas adornadas.
Bocejam disfarçando,
Cercam-se de pássaros,
Que a minha volta dão corrupios.
Sopram meus cabelos,
Derrubam minha tiara
E riem dessa falsa coroa
Que aperta minha cabeça.
Que sei eu das sombras,
Senão dessas que me atiram flores?
Dão voltas para que eu me perca de mim
E do sentido urgente
De minha passagem neste lugar.
Um dia, eu também serei sombra
E cantarei para que sonhem.
Farei voarem cortinas e
Tocarei de leve, faces e mãos.
Minha casa será o ar, o vinho
Que entrar pelas bocas.
Serei comparada à brisa,
A que se perdeu entre as estrelas.
A que sempre volta na chuva,
Que escorre nas pedras
E escreve um nome.
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