sábado, 4 de dezembro de 2010

Pesadelo


Tela de Remedios Varo

Alucinante sonho
A revirar-me na cama.
Noite estranha
De minha vida humana.

Abandonada aos delírios,
Imagino fantasmas
E esfinges melancólicas
A revelar minha alma.

Enfrento essa dimensão
De abismo e clausura de medo,
Para ver orquestrarem aos gritos,
Um teatro encenado no inferno.

Torno feiticeira,
Destilando o fel santo dos dias.
Agito o filtro venenoso
Da esperança alheia.

Busco o remorso dos
Desgraçados sem pouso.
Trago uma vela ao lodo negro,
Para vibrar no centro do pesadelo.

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