sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Nave


 Tela de Paul Klee

Minha nave flutua no céu de sua boca.
Rompe tentativas de pouso
E entra rubra, como libélula noturna,
Num campo de luz.

Tangente língua, projétil atômico,
Cruza os dentes buscando palavras.
Escreve inscrições ao comandante
Das delícias.

Punhal púrpura rasga a cortina salivar,
Rompendo a janela em pedaços,
Onda imensa estilhaça os beijos.

Corrente de visco, afoga em tremor
Com poderosa avalanche,
Alastrando em êxtase, alcançando os amantes.

Nenhum comentário: