Fotografia de Eugeny Kozhevnikov
Ontem descobri
Que entre o céu e a terra,
Nosso amor cabia inteiro.
Vi pirilampos riscarem o ar
Escrevendo poemas.
Entendi cada palavra
Embebida em orvalho,
Riscada no céu da noite
E elas chegavam líricas.
O sal do choro era lavado
Com minha água doce,
Pois sobre ti,
Minha benevolência recaia.
Descobrimos nossa substância
E deixamos de ser névoa adormecida.
Estávamos dentro das constelações
Como um escorpião alucinado.
Tecemos um entrelaçado de flores,
Guardando em nós o incógnito.
A cabala do vento escrevia
Nessa realidade sobreposta e perfeita,
Que entre o céu e a terra
Nosso amor cabia inteiro.
2 comentários:
Entre o céu, a terra e o sonho (o sobrenatural em sua poesia)!
abç
Betha
Permita-me dizer, doce Rachel, achei esse poema de um bucolismo fascinante, leva o leitor atento a imaginar dois corações brincando de intimidades em uma relva verdejante, sob a sombra de uma frondosa árvore, onde tudo o que sentem cabem na exata medida dentre de si.
abç
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