(desconheço o autor)
Busco sua alma cansada
Que flutua breve.
Acaricio tuas flores
Com as falanges atrevidas.
Bebo-te inteiro nesses instantes,
Depois volto a ser lago,
Água de solidão,
Nômade da sombra
Que beira teu telhado.
Procuro teus dedos curiosos
Que rodeiam meus pomos maduros,
Redondos, prontos para a sede.
Inútil explicar o sabor,
Quando a boca canta de desejo.
Enigma de fogo,
Furacão, vertigem de gotas.
Perdemo-nos no pó dos sonhos.
Longos dedos de tamarindo,
Sufoca minha garganta.
Minha cintura é cadencia
Que cresce numa angustia
Estabelecida num bosque
Abundante de loucura.
Um deus penetra minha carne,
Jorrando a música celestial.
Tatua em mim hieróglifos,
Com seu nome de rio caudaloso.
Sou uma marca
Em seu calendário de encontros,
Onde só o céu pode saber.
Contamos as horas, os passos,
Pequenos sinais dentro de nossa fábula.
Duas figuras imaginárias
Adamascadas nos tecidos de nosso quarto.
Dois mortais voltejando como abelhas
No sexo febril de cada um.
Mãos invisíveis acariciam as folhas
Que se unem para atar a distancia desse amor.
2 comentários:
Delicado e pungente
um sonho entorpecedor...
Então volte Rachel, será sempre muito bem-vinda!
Eu já conhecia o seu espaço e visita com frequência. Continuarei te visitando, e obrigada por acolher-me como seguidora.
Grande beijo e obrigada pelo comentário generoso, Ana
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