segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Menino Barak

Tela de Caspar David Friedrich



Ele entrou num território estranho.

Muitos tinham se perdido

Por vivenciarem a ambição

Que brotava de todo o contorno daquele lugar.


Via uma força se delineando no horizonte.

Uma onda de energia rolava

Como um tormento num furacão enlouquecido.


Faltava pouco

Para que todos soubessem à que veio.

Sentia o gosto da palavra ‘perplexidade’ na boca.


O beijo do poder selava sua sorte

E se entregava a ele

Como um sonâmbulo perdido

Em nuvens de sonho.


Voltava a ser menino

E remexia uma caixa aberta

Que aquecia suas mãos.

Dela saiam sonhos de esperança

De todo o mundo

E ele se via vestido de menino-herói.


Sentia um maravilhoso presságio:

Seria recompensado

Por essa primavera que renascia de seus poros,

Que corria em suas veias enchendo-o de alegria.


Estava com a alma impregnada

Pelos gritos de “vitória”.

E esse estado que o fazia explodir em êxtase,

Sussurrava-lhe:

“Ninguém poderá mudar uma pedra sequer do lugar”.