(Desconheço o autor)
Procurei-te à beira das nascentes,
Nos que carregavam cântaros junto ao rio,
Nas esferas ondulantes do sol,
E na flama do éter
Da atmosfera escaldante.
Não te achei,
Pois sonhavas um tempo de aguaceiro,
No vale das trevas.
A harmonia do mundo
Ia e vinha dentro de mim,
Enquanto te buscava.
A força do sangue corria,
Levando junto o mistério.
A visão de tua face preservada,
Num gemido abafado de dor,
Entorpecia meus sentidos.
Estavas só, dentro do silêncio e da busca.
Passei por todos os recantos sombrios
Esbarrando nos emaranhados da escuridão.
Não te encontrei no labirinto obscurecido,
Nem nos regatos das nascentes perdidas.
Corri os jardins da Terra
Procurando o caminho que bifurcara,
Antes de te perder.
Estavas só, como um menino perdido.
E em delírio, tragado pelos dedos da noite.
Dançavas numa luz hipnótica,
E no lugar de teu repouso
Enrolava-se ao vento
E girava em esplendor de voo.