Ilustração de Emma Hack
As pontas de meus dedos
Pedem um queixo.
A língua se enche
De seu gosto.
A boca saliva
Em outra boca,
Que isola ruído
De seus gritos.
Os dedos afundam
No seu corte,
Que arde e se exangue
Em meu sangue.
O indizível retorcido
Dessa boca,
Rompe-se a catar palavras,
No compasso
Dissonante da saliva.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Renascendo
Tela de Barbara Nissim
Caminho silenciosamente
Na luminescência irreal
Dessa floresta cristalizada
Os botões rosados despontam
Com o prenuncio da primavera.
Coloco-me em cada folha nova
E com ela envolta
Sinto o nascer da vida.
Sou o lampejo das gotas que brotam,
Penetrando na terra úmida.
O orvalho que escorre em meus contornos,
Encharca meu desejo de entrega.
Galhos envolvendo-me
A querer urdir teia.
Revolvo-me nessa hera verde
Para sonhar um bosque.
Sou acalmada
No crepúsculo suave da tarde,
Até ser circundada pela atmosfera
Irreal da noite principiante.
Pouco a pouco,
Sou embaraçada em folhas
Que me tecem num manto,
Deixando-me de novo,
Humana e ardente.
Caminho silenciosamente
Na luminescência irreal
Dessa floresta cristalizada
Os botões rosados despontam
Com o prenuncio da primavera.
Coloco-me em cada folha nova
E com ela envolta
Sinto o nascer da vida.
Sou o lampejo das gotas que brotam,
Penetrando na terra úmida.
O orvalho que escorre em meus contornos,
Encharca meu desejo de entrega.
Galhos envolvendo-me
A querer urdir teia.
Revolvo-me nessa hera verde
Para sonhar um bosque.
Sou acalmada
No crepúsculo suave da tarde,
Até ser circundada pela atmosfera
Irreal da noite principiante.
Pouco a pouco,
Sou embaraçada em folhas
Que me tecem num manto,
Deixando-me de novo,
Humana e ardente.
Lua Crescente
Tela de Ksiezyc
Ela, crescente como uma foice,
Açoita a noite.
Brilha glacial no topo do mundo.
Falo a ti com a voz de minha alma,
Profana voz de sentinela.
Escuto sua música de presságios.
Os telhados brilham sua prata cintilante
Enquanto as casas dormem.
Ouço-a dizer:
Pouca coisa importa se estamos nós aqui.
Não teremos medo da noite.
Sinto-me leve,
Abraçada por sua tênue doçura.
No limiar da aurora, dá-me seu beijo.
Nosso tempo,
Construído na escuridão da noite,
Desvanece com o dia.
Fica dentro de nós a saudade da noite,
Onde somos duas
Em busca do rito da primavera.
Nossos ciclos de sangue,
Fazem a ressurreição da natureza,
Quando, como sentinelas,
Abrimos nossa porta
E triunfamos no clarão da vida.
Ela, crescente como uma foice,
Açoita a noite.
Brilha glacial no topo do mundo.
Falo a ti com a voz de minha alma,
Profana voz de sentinela.
Escuto sua música de presságios.
Os telhados brilham sua prata cintilante
Enquanto as casas dormem.
Ouço-a dizer:
Pouca coisa importa se estamos nós aqui.
Não teremos medo da noite.
Sinto-me leve,
Abraçada por sua tênue doçura.
No limiar da aurora, dá-me seu beijo.
Nosso tempo,
Construído na escuridão da noite,
Desvanece com o dia.
Fica dentro de nós a saudade da noite,
Onde somos duas
Em busca do rito da primavera.
Nossos ciclos de sangue,
Fazem a ressurreição da natureza,
Quando, como sentinelas,
Abrimos nossa porta
E triunfamos no clarão da vida.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
PREMIO DARDOS
Tenho grande prazer em receber este premio de blogueira que atua eticamente no mundo virtual. Ele trás estreitamento de laço e abre portas para novos conhecimentos.
Deixo aqui anotado os blogs de quem admiro:
http://vozdeagua.arteblog.com.br/
http://arteoriginaldeanaproque.blogspot.com/
http://nasescuridoes.blogspot.com/
http://osretratosdamente.blogspot.com/
http://www.novaaguia.blogspot.com/
http://leninhaluz.blogspot.com/
http://omundodedoloresquintaojardim.blogspot.com/
http://antoniopoeta.blogspot.com/
http://manuelantoniomarques.blogspot.com/
http://oabegiato-poesias.blogspot.com/
Deixo aqui anotado os blogs de quem admiro:
http://vozdeagua.arteblog.com.br/
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http://leninhaluz.blogspot.com/
http://omundodedoloresquintaojardim.blogspot.com/
http://antoniopoeta.blogspot.com/
http://manuelantoniomarques.blogspot.com/
http://oabegiato-poesias.blogspot.com/
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Natureza
Fotografia de Nils Udo
Que o inimigo não saiba de minha volta,
Que os deuses despertem,
Porque vim para conquistar.
Arrancarei os olhos
Daqueles que se oporem a minha força.
Desenharei minha passagem
E a terra se abrirá em flancos
Para dar lugar as rochas soltas.
Empurrarei para o cimo dos cumes
A horda dos que tombaram as florestas.
Suas carnes serão sacudidas dos ossos,
Até se desprenderem e se tornarem pó.
Seguirei pelo despenhadeiro e
Encobrirei àqueles que moram
Nas sombras do abismo.
Uma poeira apocalíptica arrastará os grãos
Cobrindo todos os descampados.
Nascerei de novo e forjarei minha espada
No flanco da terra ressequida.
Arrancarei o fogo das entranhas da Terra
Para preparar as sementeiras renovadas.
Sugarei o néctar do orvalho e revestirei
O chão de delícias quando os grãos germinarem.
A possibilidade de vitória se formará
Num horizonte embriagado de êxtase.
Plantarei uma árvore da vida
Em cada canto fértil
E um sangue verde se espalhará
Como um mar transbordante.
Uma canção de jubilo entoará à minha passagem,
Quando deixar meu rastro de amante
No cio do leito da Terra.
Minha força gloriosa rasgará a escuridão do tempo
E recobrirei a Terra de destinos.
A lógica ardente que me impulsiona
Para as entranhas dessa terra verdejante
É uma vontade e um ardor de amante.
Ouvirei de novo a trombeta ressoando,
Que a Terra tornará de novo um Paraíso.
Que o inimigo não saiba de minha volta,
Que os deuses despertem,
Porque vim para conquistar.
Arrancarei os olhos
Daqueles que se oporem a minha força.
Desenharei minha passagem
E a terra se abrirá em flancos
Para dar lugar as rochas soltas.
Empurrarei para o cimo dos cumes
A horda dos que tombaram as florestas.
Suas carnes serão sacudidas dos ossos,
Até se desprenderem e se tornarem pó.
Seguirei pelo despenhadeiro e
Encobrirei àqueles que moram
Nas sombras do abismo.
Uma poeira apocalíptica arrastará os grãos
Cobrindo todos os descampados.
Nascerei de novo e forjarei minha espada
No flanco da terra ressequida.
Arrancarei o fogo das entranhas da Terra
Para preparar as sementeiras renovadas.
Sugarei o néctar do orvalho e revestirei
O chão de delícias quando os grãos germinarem.
A possibilidade de vitória se formará
Num horizonte embriagado de êxtase.
Plantarei uma árvore da vida
Em cada canto fértil
E um sangue verde se espalhará
Como um mar transbordante.
Uma canção de jubilo entoará à minha passagem,
Quando deixar meu rastro de amante
No cio do leito da Terra.
Minha força gloriosa rasgará a escuridão do tempo
E recobrirei a Terra de destinos.
A lógica ardente que me impulsiona
Para as entranhas dessa terra verdejante
É uma vontade e um ardor de amante.
Ouvirei de novo a trombeta ressoando,
Que a Terra tornará de novo um Paraíso.
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