Tela de Victor Bregeda
Descobri em mim a pedra suspensa,
Aquela que fechava a fonte,
E escurecia a água dos mistérios.
Mostrei ao deus das águas o meu centro,
E as entranhas de sangue,
Para invocar os milagres da noite.
As veias se dilataram em tremor de espanto,
E peixes se davam em alimento.
Engoli todas as moedas
Dos pedidos dos amantes.
Consagrada à abertura abismal,
A língua bifurcada de serpente,
Seguia arrebatada dentro da boca.
Escamas pontiagudas
Ocultavam desejos suplicantes.
Dentro do poço, as cintilações vibravam.
Gingavam absolutas na dança
De satisfazer vontades ocultas.
E no meio da noite,
Abriam-se, trazendo o mar na fonte.