quarta-feira, 24 de março de 2010

O Revelado

Tela de David Edward Linn


Despertei com o frio,

O frio precursor do medo.

Dentes rangiam

Na agitação acelerada da febre.


A revelação se tornou latente,

Forças poderosas traziam imagens

Do profundo do meu ser.


Tomei no ar cada palavra

Sem me importar de onde vinham.


Era um encantamento vindo à luz

Por necessidade, não por escolha livre.

Um turbilhão de palavras

Ia sendo impresso em minha mente,

Num transbordamento de cores.


Revelações intimas

Caiam no papel mostrando um desejo,

Uma espécie de inspiração tensa.


As palavras se ofereciam em formas de imagens

Aguçando minha visão de poeta.

Elas tinham vontade própria

E escolheram a mim,

Para sua manifestação mediúnica.


E foi nessa espécie de transe

Que escrevi o poema revelado.