sábado, 16 de maio de 2009

A Mais Bela

Tela de Marc Chagall



Sombras quietas espiam entre os muros.

Esperam entre os choupos do jardim.

Não reconheço ninguém nelas.

São da cidade de pedras

Vigiam o tempo e esperam

A canção da partida.


Prestam homenagem a mais bela,

A que servia o vinho doce

Das vindimas do prado.

A que dançava à chuva,

Que deleitava o senhor da casa.


Em esplendor chega a amante

Dizendo querer à noite.

Falando do louvável passeio

Que fará no último de seus dias.


Sombras quietas surgem sagradas.

Seguem a lua carregando

A mais bela.


Vestem-na de ar e suspiros.

Derramam óleo ungido em sua alva fronte.


Seguem todas dignas,

Sem profanar o chão de estrelas.

Sobem ocultas pelas nuvens.

Rodopiam ao soprar do vento.

Cerram as pálpebras,

Todas juntas, para sempre.

Um comentário:

Aline disse...

Olá, meu nome é aline sou estudante de jornalismo e gostaria de fazer umas perguntas sobre blogs literários para você.
Assim que ver esse comentário me mande um e-mail
alineapsoliveira@globo.com
ficarei grata se puder responder!
Abraços,
Aline