quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tormentas

Tela de Gibran Kalil Gibran



Penetramos no mais fundo dos abismos,

Onde jaziam insepultos os jovens mortos.

Invocamos os deuses,

E cravamos nossas espadas

Na terra que sangrava.


Olhos vidrados pediam clemência.

Todos eles exalavam o horror da guerra.

Buscamos água para recordar seus feitos,

Enquanto os ungíamos.


Espíritos abandonados saiam dos corpos

E partiam para o centro do céu, jubilosos.

Vimos um cordão de almas se desenhando

No ar formando um cordão de luz.


Eram seus últimos dias radiantes

Na espessa camada de lágrimas.


Deixem que eu possa lavar todo este sangue

E imole um cordeiro na pira dos sacrifícios.

Deixem que eu possa contemplar

O Deus radiante e piedoso

Que orquestrou essa tormenta.

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