sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A Espera

Tela de Dante Gabriel Rossetti

Sabes aquela que tu conheceste
Voando ao vento?
Que te procuravas ansiosamente
Cega de amor?
Que se enrolava em teu corpo
Nua a arder de desejos?

Agora é uma sombra escura,
Cortante como lâmina,
Emissária de gritos,
Ressurgida do abismo ,
Fria como água oceânica.

Anda sempre em redemoinho,
Antecipando encontrar caminho,
A fagulha de um olhar que se perdeu,
Ainda a espera de um gesto teu.

Um comentário:

Manuel Marques disse...

muitas vezes as letras são o único refúgio, o único confessionário daquilo que nos aflige, satisfaz, emociona!

permite-me que te diga que as tuas letras têm vida própria, e nunca são mais do mesmo! densas, escuras, dóceis, amargas, mas sempre com VIDA e esperança!

abraço!