sábado, 1 de janeiro de 2011

Rocha Lavrada


 Fotografia de Roberto Rubalcava


Você me trás nuvens de felicidade
Em horas incertas.
A minha volta elas se tornam elétricas,
Como se acabassem de chover delírios.

Sua ternura ausente me consome,
Seca minha garganta
Abrindo em meus olhos
Uma corredeira deslizante
De rocha lavrada em esperas.

Uma palavra rubra
Me estilhaça vértebras,
Giro em vertigens
Para cair despida de você.

Todas as fronteiras
Golpeiam esse amor faminto,
Retendo um acúmulo de vozes
Em minha cabeça.

Aos poucos vou me entrelaçando
Em um vento que me trás monossílabos,
Deixando-me enganar
Pelo vazio da prosa inteira.


2 comentários:

Will disse...

Lindíssimo, me fez lembrar Hamlet.
abç

intervalo disse...

Rachel,prazer imenso recebê-la no meu humilde espaço.Obrigada pela oportunidade poder sentir teus poemas.Adorei,tudo que vi e li aqui.Parabéns!Ótimo fim de semana.Beijos.Lia...