sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Templo da Incerteza


 Fotografia de Anke Merzbach

Não farei nenhum plano
Para a sua volta.
Nenhuma lógica narrativa,
Ou fio traçado.
Ficarei mergulhada
Nesse jorro alucinante
De palavras poéticas,
Depositadas em ânforas.

Elas se misturarão
A minha saliva,
Serão agora, palavras sagradas,
Que ressuscitarão em rituais
Onde o coração em chamas,
Voltará a ser jovem novamente.

Enamorei-me de um fauno
De palavras doces.
Banhei-me em águas quentes,
Para ser para ele,
Uma ninfa de coração acelerado.

Ficaria assim, sendo a tradução
De suas palavras,
Se ele não me tivesse vendido
Ao templo da incerteza.

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