segunda-feira, 11 de junho de 2007

O Relógio

Tela de Magritte

Ele era de marca,
Daqueles que cristalizavam
Os olhos de quem o via.
Batia um tic-tac
Alertando-me da preciosidade
Dos segundos.

Foi fazendo parte de mim
Envolvendo-me naquele
Seu ritmo constante.

Trazia para dentro
De meu corpo
Uma nova ordem,
Um encontro de mecanismo
Que substituía uma permeabilidade
Transferindo-me num jogo revelador.

Era o mestre dos ponteiros
Que confirmavam
O andamento de uma obsessão
Desesperada do tempo.

E um dia, sem ao menos
Ter percebido,
Ele tornou-se uma certeza:
Era eu quem fazia parte dele.

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