terça-feira, 12 de junho de 2007

Revelação da Coisas

Tela de Pierre Auguste Cot



Quando fui visitada
Pela senhora das palavras
Estava desprevenida e visível.

Fui aos poucos sendo cristalizada
Pela sua métrica condutora.
Aos poucos estava condenada
A um dom que se imprimiu
Em mim como ferro em brasa.

Passei a respirar palavras e
Comecei a organizá-las
Numa semântica impecável
Que desbloqueava as possibilidades.

Então me soltei,
Incorporei-me na obscuridade do mundo.

Procurei caminhos desconexos,
Que com o tempo
Foram se multiplicando
Enchendo-me de vontade,
Para interpretar
As entrelinhas do texto de minha vida,
Dando-me coragem
De me tornar o que sou.

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