quinta-feira, 14 de junho de 2007

O Lobo

Tela de Bóris Vallejo

Por entre as folhagens
De uma floresta escura,
Alguém rugia
Um som de procura.

Sinistro e profundo
Eram seus olhos de fogo,
Buscando sua presa
Numa confusão de loucura.
À ronda de sua noite
Era derradeira e certa.

Quando encontrou
Aquele pequeno e frágil ser,
Adormecido num cálice de folha,
Deitou-se sobre ele em êxtase.
Debatendo-se entre uivos e dentes,
Rasgou-lhe a carne trêmula,
Lambendo-lhe o sangue que escorria,
Enquanto penetrava até o fim
De seu corpo humano e ansioso.

3 comentários:

Manuel Marques disse...

Olá! A tua forma de escrever é algo a que eu apenas almejo... isto é um poema lindíssimo, profundo e incisivo!

Bravo!

docerachel disse...

Vc não sabe que eu sou você amanhã...?

Manuel Marques disse...

deixa-me cá ver o que é o dia 17 de Junho...rs...passados mais de 40 dias torna-se complicado saber... mas vou ver porque é que tu foste eu no dia 17 de Junho...rs... apenas preciso de cá voltar... para dar ou descobrir a resposta...