quinta-feira, 10 de maio de 2007

Caçadora de Mim


Ilustração (desconheço o autor)



Uma luz diáfana rasga a neblina,
Vara o frio, transluzindo tudo.
Tangentes setas atômicas
A cruzar rubra e certa
O sortilégio da musa.


Diana noturna, caçadora de mim.
Surge armada em névoa

De seu mundo verde.

Ninfas se espalham
Formando inscrições febris
Em minha pele alva e quente.


Espalham invocações ao vento,
Escrevem mantras no portal
Onde ela segue presa
A juramentos de liberdade,
Gritados aos quatro ventos
A Júpiter do fogo perpétuo.

Cíntia dos bosques,
Que não dorme,
Que se consome num amor selvagem,
Fazendo-me talismã
De sua vontade caçadora.

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