Dentro da zona do vácuo
Espio em torno.
Olho as vidas que passam,
Zumbindo um sem fim de sim.
Retorno para respirar uma luz de sono
Deitando-me nessa borda escura e sem fim.
O sol vai longe lá fora;
Fica o silêncio,
O segredo grudado em meu corpo
Feito de matéria viva,
Que me leva a velocidade da luz,
Nos limites da relatividade.
Incandesço em vontades e durmo
Na cabeceira desse poço de sombras,
Que me chama para conhecer
O segredo da vida.
Envolve-me em fios noturnos.
Estou lá e aqui, na macia atmosfera
Desse contorno manso.
Ele, em êxtase, me vigia
Atando-me em seus fios da noite.
Quase sinto a realidade que me contempla
Na beira desse mundo inverso.
Enfim te avisto.
Teu reflexo é transporte
Para uma quase chama
Que aponta no meio da imensidão,
Para um portal sagrado e sem retorno
Do eu em ti e tu em mim.
Um comentário:
Este poema ganhou um premio na Comunidade de poesias da PP - Proibido Proibir.
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