terça-feira, 1 de maio de 2007

Fronteira

Rachel D.Moraes fotografada por Léa Waidergorn


Dentro da zona do vácuo
Espio em torno.
Olho as vidas que passam,
Zumbindo um sem fim de sim.
Retorno para respirar uma luz de sono
Deitando-me nessa borda escura e sem fim.

O sol vai longe lá fora;
Fica o silêncio,
O segredo grudado em meu corpo
Feito de matéria viva,
Que me leva a velocidade da luz,
Nos limites da relatividade.

Incandesço em vontades e durmo
Na cabeceira desse poço de sombras,
Que me chama para conhecer
O segredo da vida.

Envolve-me em fios noturnos.
Estou lá e aqui, na macia atmosfera
Desse contorno manso.

Ele, em êxtase, me vigia
Atando-me em seus fios da noite.
Quase sinto a realidade que me contempla
Na beira desse mundo inverso.

Enfim te avisto.
Teu reflexo é transporte
Para uma quase chama
Que aponta no meio da imensidão,
Para um portal sagrado e sem retorno

Do eu em ti e tu em mim.

Um comentário:

docerachel disse...

Este poema ganhou um premio na Comunidade de poesias da PP - Proibido Proibir.