sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Cálice


Pintura de Olga Boznanska



Não foi difícil perceber
Aquelas asas escondidas.
Pensei ter visto pétalas de rosas.

Ele gemia sob aquele manto
De pele translúcida
E contorcia-se incomodado
Com a chama de meu olhar.

Mostrava-lhe meu seio majestoso
E ele bebia cada gota
Num cálice transbordante.

Sofregamente ele sorvia
O meu líquido,
Matando sua sede
De transcender-se humano.

Sua febre chamuscava-lhe as asas
E eu sustentava meu cálice
Oferecendo-lhe uma
Oportunidade verdadeira
De tornar-se único
E ser.

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