A carta é um papel que grita
Palavras de desespero.
Elas escorrem pelas bordas,
Como sangue novo e quente.
A carta é um espaço limitado
Com uma alma latente.
Nela está contida mil letras
De redondas formas,
Que ora se lançam
Num fio de bailarina
Enfeitando o texto,
Ora caí abandonada pela dor
De quem escreve e mente.
Retangular e rosada
É a carta da amante,
Que pede, implora...
Volte!
Quadrada é branca e a carta
Do amado, que responde:
Esqueças!
A carta é um punhal
Solene e breve,
Que fere e fere,
Tantas vezes
Que se diz
Soletre...
Só estamos bem,
Mesmo que breve,
Quando nos consentimos
Rasgá-la
Com as próprias mãos
E o coração leve.
Um comentário:
Passeei pelo blog todo e achei tudo uma delícia, Rach.
Você é uma... doce delícia.
te gosto muito, poeta e pessoa.
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