quarta-feira, 23 de maio de 2007

O Rio


Pintura de John Everett Millais


Deleitarei-me em fontes novas
Que correm para o rio,
Levando pensamentos estagnados,
Que escorrem num vazio.
Permanecerei em completo descanso,
Em comunhão com a água que corre.
Só olharei as pedras quietas
E os tufos de arbustos nas encostas
Que se estancam no estio.

As velhas árvores me olharão,
Indagando esse meu querer
E eu seguirei buscando,
Chuvas de pranto e chuvas riso,
Que me faça te esquecer.


Descerei o rio pela correnteza
E seguirei em redemoinho,
Deixando-me lamber na certeza,
Das folhas de prata que flambeia tudo.

Inundarei-me de gotas
Que serão como amantes,
E uma vontade invisível
Nos fará um par constante.

As lágrimas de uma vida
Serão dissolvidas no rio.
As palavras serão acreditadas,
Quando mergulhar em suas águas.

Sentirei o ar noturno em meu rosto,
Que brilhará como nunca brilhou
Durante o dia.
O vento fustigante e gelado,
Dentro do rio não será nada,
Quando eu girar o meu corpo em torvelinho.
Como um metal derretido,
Serei barco em água cristalina
E barco em rio se torna forte,
Estarei pronta para o oceano.



Um comentário:

Anônimo disse...

Rachel,minha amiga!
Parabéns,o blog está mesmo uma fofura,como tu dizes.
Lindooooooo!!!
Bacio per te!